Uma única empresa vai gerar 75% da poluição da cidade do Rio



Siderúrgica construída em Santa Cruz é o maior investimento privado no Brasil em 10 anos. Ministério Público investiga contaminação da população por agentes químicos. Prefeito diz que sempre foi contra a empresa na cidade. A cadeia produtiva é controlada pela ThyssenKrupp e pela mineradora Vale S/A.
No ano em que a cidade do Rio de Janeiro sediar as Olimpíadas, em 2016, uma única empresa será responsável por 75% das emissões de gases poluentes sobre a cidade. A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) lançará na atmosfera mais agentes tóxicos do que produzem todos os veículos automotores e as operações ligadas ao descarte do lixo, os maiores poluidores da cidade.
A siderúrgica começou a operar em 2010 no bairro de Santa Cruz, zona oeste da cidade. Chegará ao auge da produção em 2016, quando também alcançará o pico do seu potencial poluidor. A empresa começou a ser construída em 2008.
DANOS À SAÚDE
“Se eu fosse prefeito na época, a CSA não teria recebido autorização para estar na minha cidade”, disse Eduardo Paes durante a Rio+20. As obras haviam sido autorizadas em 2008, na gestão de Cesar Maia. Paes defende que o Rio priorize empreendimentos com baixo potencial poluidor, como alta tecnologia e turismo.

A CSA responde processos desde que começou a operar. A instalação do alto-forno 1, no começo de 2010, causou danos ambientais que levaram a instauração das primeiras investigações. Em 2011, novo processo, por conta dos danos causados pelo início da operação do alto-forno 2. Segundo o Ministério Público, a CSA gera poluição “em níveis capazes de provocar danos à saúde humana”. O MP também diz que a empresa não informou os órgãos ambientais sobre os impactos gerados por suas atividades.
Diz o Ministério Público: “A empresa não apenas pôs em risco como efetivamente causou danos à saúde da população circunvizinha, na medida em que o material particulado emitido na atmosfera alcançou casas e estabelecimentos comerciais naquela área, resultando em dermatites diversas, irritação de mucosas, problemas respiratórios por inalação do referido material e outras manifestações clínicas relevantes”.
CADEIA PRODUTIVA
A CSA é o resultado de uma joint venture entre a siderúrgica alemã ThyssenKrupp Steel AG e a mineradora Vale S/A. A ThyssenKrupp possui 73,13% do controle da CSA. A Vale detém os restantes 26,87%.
No Brasil, a ThyssenKrupp controla 20 empresas em diversos estados. Está entre as 10 corporações que controlam a produção de aço no país. Dentre seus fornecedores de ferro-gusa – usado para fabricar aço – está a siderúrgica Cosipar, que responde a processos por uso de carvão proveniente de devastação ambiental e trabalho escravo.
A construção da CSA, no bairro de Santa Cruz, demandou US$ 8,2 bilhões. É o maior investimento privado no Brasil em 10 anos. A CSA também é o primeiro grande empreendimento do setor siderúrgico desde os anos 1980.
Sobre a poluição gerada no Rio de Janeiro, a CSA informa que produz aço com a menor emissão de CO2 no mundo, se comparada com as demais usinas em operação. Segundo a empresa, a unidade instalada no Rio é a mais moderna em atividade, “graças à avançada tecnologia energética empregada”.
Fonte: Rede Sustentável

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