23/01/2013 - Vigilantes de todo o Brasil paralisam atividades no dia 1º de fevereiro
23/01/2013 - Vigilantes de todo o Brasil paralisam atividades no dia 1º de fevereiro
Marchas em Brasília fizeram toda a diferença
No
final do ano passado, a presidente Dilma sancionou a Lei 12.740/2012,
que garante aos vigilantes de todo o País o adicional de risco de vida
de 30%. A Lei altera a redação do artigo 193 da CLT (Consolidação das
Leis do Trabalho), que regulamentava a concessão do adicional apenas aos
profissionais que exercessem atividades em contato com inflamáveis,
explosivos e energia elétrica.
Esta conquista é
consequência direta do poder mobilização e luta dos vigilantes que
realizaram sucessivas ações de norte a sul. “A aprovação da Lei consagra
uma luta de mais de 12 anos cujo objetivo era a remuneração adequada
para a questão do risco de vida. Mais importante é o reconhecimento do
risco profissional que dialoga com a valorização do nosso trabalho.
Antes não tínhamos nenhum parâmetro legal que nos diferenciasse de
qualquer outra profissão. E esta Lei vem para preencher esta lacuna,
reconhecendo o alto grau de periculosidade de nossa atividade”, declarou
José Boaventura, presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes e
Prestadores de Serviços (CNTV-PS).
Neste
período de intensa mobilização, a entidade realizou três grandes marchas
em Brasília que foram determinantes para o resultado final. Também
serviram como referência para as ações organizadas em cada ente
federativo. “Algumas inclusive inéditas, como os companheiros do Acre
que após a nossa primeira marcha fizeram sua primeira passeata no
Estado. Em Chapecó (SC), os companheiros vêm realizando todos os anos no
período de junho, quando comemora-se o Dia do Vigilante, uma marcha
local. Acredito que essas manifestações tiveram papel fundamental, de
mobilização e pressão, mas também como referencial, unificando toda a
categoria”, elencou Boaventura.
Apesar de todos
os pareceres jurídicos apontarem para a aplicação imediata da Lei,
muitas empresas estão postergando seu cumprimento, utilizando-se de um
expediente falacioso (a necessidade da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego) com o único objetivo de ganhar tempo
e, assim, não precisarem pagar imediatamente este direito conquistado
pela categoria.
“A regulamentação não é um
impeditivo, até porque a Lei apenas incorpora o que já está inserido nas
convenções coletivas. O empresariado não conseguiu fundamentar
argumentos sobre a necessidade da regulamentação. Nós temos pareceres de
todas as ordens que comprovam que a Lei é autoaplicável”, destacou
Boaventura.
Diante de tamanha insensibilidade e desrespeito
aos trabalhadores que arriscam suas vidas no cotidiano do trabalho, os
vigilantes organizam para 1º de fevereiro um Dia Nacional de Paralisação
que poderá se transformar em uma greve nacional. “Será um dia de luta,
um processo de mobilização de toda categoria, onde muitos bancos, o
sistema de transporte de valores, órgãos públicos e privados estarão
totalmente paralisados com o objetivo de mostrar nossa indignação com a
ganância e o descaso patronal. É um direito conquistado com muita luta e
que deve ser garantido imediatamente. Queremos mais respeito e vamos à
luta por valorização profissional e da vida”, atentou o dirigente da
CNTV-PS.
Sindicatos na luta – além da luta nacional, os
sindicatos também estão se mobilizando nos Estados para garantir o
cumprimento da Lei. Os companheiros de Brasília com data-base em janeiro
arrancaram do patronato um acordo que garante o pagamento imediato do
adicional de 30%. Antes, este valor era de 15%.
Em
São Paulo, a Federação local fez um acordo que passa de 15% para apenas
18%, mas há uma movimentação de vários sindicatos no Estado para que o
índice previsto na Lei seja ratificado. Na semana passada, tanto os
trabalhadores do Rio Grande do Norte como do Paraná organizaram
paralisações de um dia.
Especificamente no
Paraná, os vigilantes com data-base em fevereiro cobram além do
pagamento imediato do adicional de vida de 30%, o atendimento a pauta de
reivindicações da categoria que inclui a recuperação das perdas com um
reajuste salarial baseado pelo índice de inflação mais 5% de aumento
real, R$ 20 de vale-alimentação, entre uma série de cláusulas sociais.
Conforme
informou João Soares, presidente do Sindicato dos Vigilantes de
Curitiba e Região, o sindicato patronal apresentou um comunicado
afirmando que não haveria qualquer tipo de negociação sobre os pontos
reivindicados pela categoria. Os trabalhadores revoltados com tamanho
desrespeito promoveram um dia de protesto na semana passada que
paralisou todo o sistema financeiro de Curitiba e Região Metropolitana e
fez o sindicato patronal recuar. Por conta da grande mobilização dos
trabalhadores, o patronato convocou uma reunião para esta terça (22).
“Esperamos que nos seja apresentada uma proposta que contemple as
reivindicações da categoria.
Estaremos na luta
neste Dia Nacional de Paralisação sendo que no Paraná nosso indicativo é
para a continuidade da paralisação por tempo indeterminado até que as
empresas cumpram a Lei e atendam os outros pontos reivindicados pelos
vigilantes”, informou o dirigente.
Fonte: CUT Nacional
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