CUT: desenvolvimento não será sustentável com cartilha do FMI e do Banco Central Europeu
Enviado por Henrique Reis em ter, 12/06/2012 - 15:13.
Enquanto para os chefes de Estado a Rio+20 só começa no próximo dia 13, para o movimento sindical os debates já iniciaram. Na tarde desta segunda-feira (11), mais de 500 representantes de trabalhadores de 50 países abriram na cidade do Rio do Janeiro a Assembleia Sindical que discutirá até quarta (13) a relação entre trabalho e meio ambiente.
Na cerimônia de abertura, o presidente da CUT, Artur Henrique, passou a limpo a pauta que a Central defenderá tanto na Cúpula dos Povos quanto na conferência oficial: não há desenvolvimento sustentável e transição justa para uma nova economia sem proteção social e trabalho decente.
Para o dirigente, nada mudará se os países repetirem as mesmas fórmulas de sistemas falidos. “Não vamos criar um modelo de desenvolvimento sustentável se continuarmos seguindo as orientações do FMI, do Banco Mundial e dos neoliberais, que um dia também governaram o Brasil com o senhor Fernando Henrique Cardoso, e que pregavam o lema da restrição e do arrocho, afetando os trabalhadores e aqueles que mais precisam de proteção social.”
Ele ressaltou ainda que a chamada transição justa, de uma economia poluente para uma preocupada com a preservação dos recursos naturais, deve levar em conta a qualidade de vida e a voz do trabalhador.
“Temos que fortalecer a negociação coletiva e a liberdade e autonomia sindical ao redor do mundo e não podemos aceitar o assassinato de sindicalistas como na Colômbia e Guatemala. Assim como não podemos aceitar que governos e líderes empresariais pressionem os trabalhadores para que não se filiem aos sindicatos ou permitir que esses mesmo patrões criem instituições de fachada apenas para negociar mais facilmente”, alertou.
E o financiamento, voltou a comentar, deve ser oriundo da taxação sobre transações financeiras, uma maneira de tirar recursos da especulação para um modelo de produção e consumo mais justo e responsável.
Da mesma forma que em outras ocasiões, o dirigente voltou a defender a criação de metas para o desenvolvimento sustentável, desde que atreladas a punições para quem não cumpri-las. O momento, acredita, é sim de discutir mudanças de valores. “Não temos de dizer que um outro mundo é possível, mas sim necessário”.
Sistema e emprego decentes
Secretário Geral da Confederação Sindical das Américas (CSA), Victor Baez, apontou a necessidade de a Rio+20 dar início a um debate internacional que inclua a questão dos empregos e a proteção aos recursos naturais. “Os neoliberais jamais vão reconhecer os direitos humanos e os direitos dos trabalhadores”, pontuou.
Para Baez, o momento exige exatamente o contrário: fortalecer o papel do Estado, expandir o emprego formal, a contratação coletiva e o emprego verde. “O emprego verde está diretamente relacionado ao trabalho decente. Não existe emprego verde sem trabalho decente.”
Sobre as políticas do movimento sindical para a juventude, tema muito questionado, ele comentou que a CSA irá colocar em prática um projeto que fixará dois países a cada três anos para organizar os jovens trabalhadores. E as Américas, principalmente, a do Sul, serve como exemplo. “O movimento sindical das Américas segue a direção da década de 1990, de atuar social e politicamente, além das fábricas e escritórios. Esse é o século das Américas, podemos mudar a história.”
Desenvolvimento sustentável no DNA
Secretária Geral da Confederação Europeia de Sindicatos, Bernadette Segol, também lembrou que as medidas restritivas, na velha linha neoliberal, aprofundaram ainda mais a crise. “As reformas afetaram a proteção social, o serviço público e jogaram o salário para baixo, visando também diminuir a capacidade de diálogo, já que a maior parte foi imposta e não negociada. Disseram que essa seria a saída para a crise, mas os planos fracassaram econômica e socialmente, elevando o desemprego e a pobreza”, comentou.
A função do movimento sindical diante do atual cenário, diz, é cobrar mais responsabilidade dos chefes de Estado. “Os líderes políticos devem ter mais ambição e não ficar apenas na reformulação dos acordos já vigentes. Os trabalhadores exigem mais clareza.”
Já a secretária de Políticas de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente da CSI, Anabella Rosemberg. ressaltou que os dirigentes sindicais têm propostas e respostas para a sociedade, mas a construção de um modelo de desenvolvimento menos poluente para um modelo sustentável, com justiça social e ambiental, requer muita pressão sobre os governos.
“O desenvolvimento sustentável está no DNA do sistema sindical, temos de organizar nossas ações para garantir uma transição justa”, afirmou.
Por: CUT
Na cerimônia de abertura, o presidente da CUT, Artur Henrique, passou a limpo a pauta que a Central defenderá tanto na Cúpula dos Povos quanto na conferência oficial: não há desenvolvimento sustentável e transição justa para uma nova economia sem proteção social e trabalho decente.
Para o dirigente, nada mudará se os países repetirem as mesmas fórmulas de sistemas falidos. “Não vamos criar um modelo de desenvolvimento sustentável se continuarmos seguindo as orientações do FMI, do Banco Mundial e dos neoliberais, que um dia também governaram o Brasil com o senhor Fernando Henrique Cardoso, e que pregavam o lema da restrição e do arrocho, afetando os trabalhadores e aqueles que mais precisam de proteção social.”
Ele ressaltou ainda que a chamada transição justa, de uma economia poluente para uma preocupada com a preservação dos recursos naturais, deve levar em conta a qualidade de vida e a voz do trabalhador.
“Temos que fortalecer a negociação coletiva e a liberdade e autonomia sindical ao redor do mundo e não podemos aceitar o assassinato de sindicalistas como na Colômbia e Guatemala. Assim como não podemos aceitar que governos e líderes empresariais pressionem os trabalhadores para que não se filiem aos sindicatos ou permitir que esses mesmo patrões criem instituições de fachada apenas para negociar mais facilmente”, alertou.
E o financiamento, voltou a comentar, deve ser oriundo da taxação sobre transações financeiras, uma maneira de tirar recursos da especulação para um modelo de produção e consumo mais justo e responsável.
Da mesma forma que em outras ocasiões, o dirigente voltou a defender a criação de metas para o desenvolvimento sustentável, desde que atreladas a punições para quem não cumpri-las. O momento, acredita, é sim de discutir mudanças de valores. “Não temos de dizer que um outro mundo é possível, mas sim necessário”.
Sistema e emprego decentes
Secretário Geral da Confederação Sindical das Américas (CSA), Victor Baez, apontou a necessidade de a Rio+20 dar início a um debate internacional que inclua a questão dos empregos e a proteção aos recursos naturais. “Os neoliberais jamais vão reconhecer os direitos humanos e os direitos dos trabalhadores”, pontuou.
Para Baez, o momento exige exatamente o contrário: fortalecer o papel do Estado, expandir o emprego formal, a contratação coletiva e o emprego verde. “O emprego verde está diretamente relacionado ao trabalho decente. Não existe emprego verde sem trabalho decente.”
Sobre as políticas do movimento sindical para a juventude, tema muito questionado, ele comentou que a CSA irá colocar em prática um projeto que fixará dois países a cada três anos para organizar os jovens trabalhadores. E as Américas, principalmente, a do Sul, serve como exemplo. “O movimento sindical das Américas segue a direção da década de 1990, de atuar social e politicamente, além das fábricas e escritórios. Esse é o século das Américas, podemos mudar a história.”
Desenvolvimento sustentável no DNA
Secretária Geral da Confederação Europeia de Sindicatos, Bernadette Segol, também lembrou que as medidas restritivas, na velha linha neoliberal, aprofundaram ainda mais a crise. “As reformas afetaram a proteção social, o serviço público e jogaram o salário para baixo, visando também diminuir a capacidade de diálogo, já que a maior parte foi imposta e não negociada. Disseram que essa seria a saída para a crise, mas os planos fracassaram econômica e socialmente, elevando o desemprego e a pobreza”, comentou.
A função do movimento sindical diante do atual cenário, diz, é cobrar mais responsabilidade dos chefes de Estado. “Os líderes políticos devem ter mais ambição e não ficar apenas na reformulação dos acordos já vigentes. Os trabalhadores exigem mais clareza.”
Já a secretária de Políticas de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente da CSI, Anabella Rosemberg. ressaltou que os dirigentes sindicais têm propostas e respostas para a sociedade, mas a construção de um modelo de desenvolvimento menos poluente para um modelo sustentável, com justiça social e ambiental, requer muita pressão sobre os governos.
“O desenvolvimento sustentável está no DNA do sistema sindical, temos de organizar nossas ações para garantir uma transição justa”, afirmou.
Por: CUT
Comentários
Postar um comentário